"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo Cores! Passeio pelo escuro eu presto muita atenção no que meu irmão ouve. E como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora. Ai, eu quero chegar antes pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus... Eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone. E vendo doer a fome nos meninos que têm fome"...Adriana Calcanhoto
quarta-feira, 7 de março de 2012
TABULEIRO
O que é que nos acomete à obscuridão do medo?
Medo que nos paralisa e aprisiona na incerteza de respostas.
Respostas que não encontram sequer as perguntas que as originaram.
Origem que não encontramos ao início da própria essência.
Essenciamos a excentricidade de nos percebermos inacabados e incompletos.
Somos uma enciclopédia particular e íntima
ou um álbum de figurinhas tentando se completar?
A figura que falta no álbum de alguém
ou colecionadores garimpando as próprias páginas em branco
dispersas no todo?
Seremos o núcleo ou o átomo todo?
A partícula, a gota respingada do oceano?
As peças do tabuleiro se movem sempre sob efeito de duas forças antagônicas.
Pudera...
Fossem todas para a mesma direção
E não havería nem duelo nem acordos de paz,
Nem perguntas, nem respostas.
Roberta Santos
05/03/2012.
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