quarta-feira, 25 de maio de 2011

O objeto e o desejo



Dessa água quieta que deseja a sede
Da geada branca desejando a grama
Nesse meu pijama na ponta da cama
Que sempre me chama, e me reclama o sono
E as vezes te engana, mas sabe, esperto,
que além de você aqui perto,
nada mais me tira de dentro.
Do vapor da sopa que deseja a boca
Do querer da lenha mergulhar no fogo,
Em frente à lareira eu sento e invento
o que lembrar de um verão que passou.
E que passou, mas não morreu no tempo
e que me aquece o pensamento, e eu lamento,
mas, fogo de dentro, de fósforo na vela,
de estalo de brasa, de chio de chaleira
É um querer meu de querer que me queiras,
É um quarto aberto que convida a entrar,
É o lugar certo que te dei em minha mesa,
É a minha fome de você me saciar.

Um comentário:

  1. L I N D O !!!

    E que venha esse inverno inspirador! Afinal, nossos corações apaixonados e bem aquecidos não esfriam por qualquer 0ºC...

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