quarta-feira, 13 de abril de 2011

EXPLICADÍSSIMO!


Gosto dos superlativos, sinto-os agradabilíssimos por me poderem encurtar frases e falas que se poderiam abreviar. Mas também sou exímia analisadora de tudo o que me impressiona e que jamais deixo de esmiuçar. Sinto um pouco de tudo o que me alcança a retina e mesmo sinto o tanto que se sente justamente por não se poder ver. E quem enxerga o amor? E quem o descreve bem em cores e formas? Interessantíssimo! Fico perplexa pensando no quanto hoje somos livres pra escolher amar e no quanto a ausência de sentir amor nos aprisiona em nós mesmos num cativeiro de racionalidade intelectualizada regado à teorias complexas sobre uma existência vã. Nã, nã, nã, nã, não! Eu não tô dizendo que os corações desocupados sejam piores ou infelizes nos intervalos de tempo em que assim estão. Mas eu digo, sim, é que no período das licitações, antes de aceitar o próximo contrato amoroso, eles viajam inertes num vácuo sistema operante sem um espécie de sol-guia. Digníssimos são, por si só, os hiatos cardio-amorosos. Férteis e ricos em elaborações pessoais, pela atenção que damos a nós mesmos. Eu consumo tudo o que há em mim e que vejo à minha disposição e alcance: filmes, livros, peças teatrais, cantoria no microfone-controle-remoto... Mas essa tal liberdade se reinventa e quando dum breve cochilo estamos tão livres pra escolher a liberdade que livremente escolhemos nos prender a quem amamos. E se eu te amo, e se o amor é livre, e se a liberdade de escolhas é uma possível garantia de felicidade, então é porque a liberdade é, sim, o espaço que a felicidade ocupa.


Roberta Santos

Um comentário:

  1. Bravíssimo! Talvez o "defeito" dos corações desocupados seja realmente o vazio do espaço que a felicidade ocupa, afinal "é impossível ser feliz sozinho"!

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