"Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome, cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo Cores! Passeio pelo escuro eu presto muita atenção no que meu irmão ouve. E como uma segunda pele, um calo, uma casca, uma cápsula protetora. Ai, eu quero chegar antes pra sinalizar o estar de cada coisa, filtrar seus graus... Eu ando pelo mundo divertindo gente, chorando ao telefone. E vendo doer a fome nos meninos que têm fome"...Adriana Calcanhoto
terça-feira, 12 de abril de 2011
QUEM MORRE
Morre lentamente
Quem se transforma em escravo do hábito,
Repetindo todos os dias os mesmos trajetos, quem não muda de marca
Não se arrisca a vestir uma nova cor ou não conversa com quem não conhece.
Morre lentamente
Quem faz da televisão o seu guru.
Morre lentamente
Quem evita uma paixão,
Quem prefere o negro sobre o branco
E os pontos sobre os “is” em detrimento de um redemoinho de emoções,
Justamente as que resgatam o brilho dos olhos,
Sorrisos dos bocejos,
Corações aos tropeços e sentimentos.
Morre lentamente
Quem não vira a mesa quando está infeliz com o seu trabalho,
Quem não arrisca o certo pelo incerto para ir atrás de um sonho,
Quem não se permite pelo menos uma vez na vida,
Fugir dos conselhos sensatos.
Morre lentamente
Quem não viaja,
Quem não lê,
Quem não ouve música,
Quem não encontra graça em si mesmo.
Morre lentamente
Quem destrói o seu amor próprio,
Quem não se deixa ajudar.
Morre lentamente
Quem passa os dias queixando-se da sua má sorte
Ou da chuva incessante.
Morre lentamente,
Quem abandona um projeto antes de iniciá-lo,
Não pergunta sobre um assunto que desconhece
Ou não responde quando lhe indagam sobre algo que sabe.
Evitemos a morte em doses suaves,
Recordando sempre que estar vivo exige um esforço muito maior que o simples fato de respirar. Somente a perseverança fará com que conquistemos um estágio esplêndido de felicidade.
Pablo Neruda
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário
Goste ou não... deixe seu comentário!