sexta-feira, 5 de agosto de 2011

EU BIBELÔ




Eu tenho a força herdada das experiências,
A coragem parida das horas de medo,
A determinação crescente das necessidades,
E, com isso, eu posso ter tudo o que quiser...
Ser uma camaleoa...
A tua parceira desbocada na arquibancada do jogo,
A tua companhia doce do chimarrão ao fim de tarde,
A tua boneca-primeira-dama-pseudo-elitizada.
Alimento a rebeldia política da esquerda-partidária,
Uma idiotice para uma cabeça materialista.
Uso a frieza racional no combate à superficialidade.
A minha superfície é meiga e adocicada,
Mas os nervos são de aço e a bravura ferve em brasa.
Me passo por um bibelô estático e pronto para, imóvel, ficar empoeirado.
O salto é alto, a saia é curta, a meia-calça é fina,
Mas os pés bem firmes no chão, o orgulho dos princípios em alta
e o compromisso de valorizar quem "é" antes de quem "tem",
dentro de uma casca muito grossa.
Eu posso ter a grife, a jóia, o aplique do cabelo,
o perfume importado, o carro conversível, o esquí nos Andes...
Eu posso ter tudo, basta querer!
Mas ninguém no mundo, mesmo querendo e pagando bem
pode SER QUEM EU SOU!

É... Meu bibelô não está à venda.



3 comentários:

  1. Olá Roberta!
    Cada qual com a sua história...
    O importante é sentir se bem enquanto se vive, colha bons dias!
    Tenha um abençoado agosto e bom final de semana!

    Quero lhe convidar para que leia ‘O casamento de seu Turíbio’ no http://jefhcardoso.blogspot.com

    “Que a escrita me sirva como arma contra o silêncio em vida, pois terei a morte inteira para silenciar um dia” (Jefhcardoso)

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  2. Róbi... minha pretinha... és um bibelô externo, mas disfarça bem a guerreira amazona encrustada nessa alma linda e admirável. Amo seus nervos de aço.

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  3. Chocado, estarrecido, extasiado, encantado, partilhando a rebeldia de quem "É", e se mostra ser sem medo. Parabéns por VOCÊ!

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