quinta-feira, 18 de novembro de 2010

FIM DE SEMANA


Quando é feriado na segunda-feira, a sexta parece não ter fim.
A sexta é o meu dia mágico. Ela encerra o cansaço e enterra o ciclo ininterrupto de compromissos, responsabilidades, e por quê não dizer: de uma castidade mental.
A noite de sexta-feira libera naturalmente adrenalina. Encharca de uma ansiedade boa, da liberdade que a ausência do relógio proporciona.
A sexta anuncia um sábado recheado de vaidades, consumido em bombas de chimarrão, papos de salão, guloseimas no fogão... e ao subir no salto alto não sobra tempo pra poesia. Lá vou eu libertar minha bohemia...
É sempre assim, fim de semana tem gosto de algodão doce, cheiro de amaciante nos lençóis limpos, revive o álbum de família no abraço de vó, numa discussão com pai, numa malcriação com mãe. E de qualquer jeito, tudo transcorre bem. Dorme-se cedo da noite ou chega-se cedo da manhã.
O almoço de domingo cura qualquer ressaca e se estica até quase alcançar a sagrada fé dominical, o futebol nosso que estais no céu até dezembro, Amém!
Bastaria encerrar por aqui e sorrir pela tranquilidade e prazer sublimes do meu fim de semana. Mas os terroristas estão apostos, maquiados e sorrindo por assassinar sem nenhuma piedade a nossa breve alegria. Ditadores, tiranos, tirando nossa liberdade anunciada com a velha marcha fúnebre aos meus ouvidos: A vinheta do Fantástico!!! Meu pesadelo, minha crise existencial de fim de folga, de fim de mim, de fim de fim! Uma depressão que só vai embora na manhã de segunda-feira, quando reconheço e aceito que tudo irá desembocar, mais cedo ou mais tarde, em mais um fim de semana.
Mas isso só ocorre quando não é feriado na segunda-feira.

2 comentários:

  1. Toda semana, de segunda a sexta: personagens!
    Finais de semana e feriados: nós mesmos!
    Encenar cansa... Adorei!!!

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  2. Nem sempre conseguimos ser bons atores...

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